sábado, 14 de março de 2009

Vácuo

O vácuo? O vácuo é a mente perdida
a perdição das ideias e das formas sensíveis
é o vazio da vida que entontece a consciência,
adormecendo-a... bebendo do cálice do esquecimento
sugando até ao último minuto a sua sabedoria...
fazendo morrer um pouco do tempo que sobrou
e da vida, que aos poucos, nele morria...

O vácuo é o querer morrer para o mundo
acreditar nos devaneios dos sonhos
é seguir as rixas do vento tenebroso
é querer olhar sem ver à transparência
vivendo do sabor invisível, a mágoa escondida
da alegria extenuante de não querer crescer
rendendo-se ao místico simplificar da aparência.

O vácuo... sim o vácuo...
Não é mais qe fugir ao nosso ser
e a toda a sua plenitude metafísica
que nos faz vibrar com a vida
e desejar a morte, acreditando num novo ciclo.

6 limonadas:

Hugo de Oliveira disse...

ai, ai... esse vazio que por vezes tanto nos preenchem... :(

Unknown disse...

Estar nele é cruel demais, com tanta coisa a nos cercar, mas a mente tem disso, imagina quando o coração fica nele!?

beijos

Otário Tevez disse...

o vácuo pode chegar a ser tudo.
é cruel demais se nada for.

Isabel José António disse...

Querida Amiga Susaninha,

Não há vazio nem vácuo. EStes espaços estão plenos de todas as potencialidade e de partículas ínfimas que os nossos olhos não captam.

É nesse vazio (que tem o TUDO e o NADA) a quem podemos chamar O TODO, que tudo acontece. Tudo nasce e acontece desse vazio que está cheio.

E, quando em nós conseguimos fazer o silêncio (e meditar, por exemplo; ou prestar A NOSSA COMPLETA E TOTAL ATENÇÃO SEM EFECTUAR JUÍZOS DE VALOR), estamos a sintonizarmos com a CONSCIÊNCIA UNIVERSAL da qual tudo sai, inclusivé para nós, as ideias, as intuições e aqueles sentimentos que apenas sentimos mas não conseguimos explicar.

Um grande abraço e parabéns.

José António

Oliver Pickwick disse...

De igual modo ao "éter" dos antigos astro-físicos, também não há vácuo existencial. Talvez, apenas uma pausa necessária pra transpor o portal de um novo tempo. Sem a passagem da morte, é claro!
Um beijo!

George Sand disse...

Gostei. Senti e gostei.

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